
O embate ganhou contornos dramáticos quando Pierre sugeriu que o colega retirasse a proposta por reconhecer sua “ineptidão regimental” e recomendou que uma nova moção fosse apresentada conforme as normas internas da Câmara. A tensão aumentou quando Leonardo Dias, aos gritos e batendo na mesa, exigiu explicações sobre a acusação de chantagem. “Qual foi a chantagem que eu fiz? Vossa Excelência não me conhece. Não sou chantagista!”, reagiu em tom exaltado.
A vereadora Jeannyne Beltrão (PL) afirmou que o tema da anistia é de competência exclusiva do Congresso Nacional. Olívia Tenório (PP) também criticou a condução da proposta e condenou a exposição pública feita por Leonardo aos parlamentares ausentes da sessão anterior. “Não podemos permitir esse tipo de postura aqui dentro”, disse.
Galba Neto (PL) saiu em defesa do colega, mas admitiu que o processo precisava se adequar ao Regimento. “Já fui presidente desta Casa. Não podemos abrir precedentes que ferem a legalidade”, ponderou.
Siderlane Mendonça (PL) sugeriu a retirada formal da moção, com possibilidade de reapresentação conforme o regimento. “Vou assinar, mas critico a forma como foi conduzido. Expor os colegas não é o caminho”, afirmou.
Após o retorno da suspensão, Leonardo Dias reconheceu que extrapolou ao bater na mesa durante o calor do debate e pediu desculpas públicas aos colegas. “Me excedi. Isso não representa a forma como costumo me portar”, disse, tentando pacificar o ambiente.
Ao final da sessão, o presidente Chico Filho anunciou que a moção estava oficialmente retirada da pauta e devolvida ao autor. “Se quiser que represente esta Casa, terá que ter as assinaturas exigidas”, explicou. Ele também convocou reunião para esta quinta-feira (10), às 10h, com o objetivo de discutir atualizações no Regimento Interno da Câmara, cuja última revisão ocorreu em 2023.